Você já deve ter ouvido falar na mídia sobre "monkeypox" ou "varíola dos macacos", uma doença emergente no ano de 2022. Mas, afinal, o que é essa doença e o que nós sabemos (e não sabemos) a seu respeito?
Confira algumas informações atualizadas sobre o assunto na postagem de hoje no blog Medplex Sul, uma fonte confiável de informações sobre saúde para você.
O que é a monkeypox, "varíola símia" ou “varíola dos macacos”?
Trata-se de uma doença infectocontagiosa, causada por um vírus similar ao vírus da varíola humana, descoberto em 1958, na Dinamarca, a partir de uma espécie específica de primatas originária de Singapura (Macaca fascicularis), usada em pesquisas para poliomielite. Esses primatas, então, acabaram por transmitir o vírus aos humanos – por isso a doença recebe essa designação. A monkeypox, durante décadas, ficou restrita a países africanos, como República do Congo e Nigéria. Recentemente, no entanto, houve esse surto de casos na Europa e nas Américas, chegando até o território brasileiro. No país, já foram registrados quase 1500 casos da doença, com a primeira morte já confirmada.
Quais são os sintomas?
A doença normalmente começa com febre, dores no corpo, aumento de linfonodos (ínguas), cansaço e, após alguns dias, manchas avermelhadas que evoluem para bolhas e depois pústulas. Essas pústulas, após aproximadamente 20 dias, tornam-se crostas (casquinhas) que caem e, assim, revelam a pele já íntegra embaixo (infelizmente, em algumas pessoas, permanece uma cicatriz). A partir desse período não há mais transmissão. Vale lembrar que o período de incubação do vírus, ou seja, o tempo do contágio até o aparecimento dos primeiros sintomas, varia de 5 a 21 dias!
Quais os riscos?
Fique tranquilo! A varíola dos macacos, ao contrário da varíola humana tradicional – declarada erradicada pela OMS em 1980 através das campanhas de vacinação –, tem baixíssima mortalidade, e a maioria dos casos regride em até 3 semanas.
Como a doença é transmitida?
A monkeypox é muito menos transmissível que a varíola comum, mas a forma de contágio é parecida – contato físico (sexual, pele a pele e secreções). A transmissão também pode ocorrer através de gotículas e aerossóis, assim como o SARS-CoV-2, mas não é a via principal. Objetos e ambientes, embora menos frequente, também podem disseminar a infecção.
Há tratamento? O que fazer?
As medidas de tratamento, no geral, são conservadoras: analgésicos e antitérmicos para controle dos sintomas. Existe um antiviral chamado tecovirimat, eficaz na varíola humana e potencialmente eficaz na varíola símia. Sua disponibilidade, entretanto, é restrita, encontrando-se apenas em redutos militares nos Estados Unidos. A recomendação, assim, é lavar as feridas com água e sabão e usar tratamento de suporte. No mais, o indivíduo contaminado deve ser isolado para não transmitir o vírus às pessoas próximas. Esse isolamento deve acontecer até que a última crosta caia, período que pode levar até 22 dias.
Como faço para não adquirir a doença? Há vacina?
Primeiramente, como a transmissibilidade e agressividade da doença são baixas, acredita-se que a imunização coletiva acontecerá em caráter secundário, ou seja, apenas as pessoas com alta exposição (familiar infectado ou profissionais da saúde) irão receber a vacinação. A vacina já existe (por conta da varíola humana), porém com limitados estoques em alguns países (EUA, Rússia), também restrita a centros militares. A OMS, junto a esses países, ainda discute a possibilidade de aumentar a produção e fornecer à população civil. Como medidas simples de prevenção, recomenda-se usar preservativo, manter higiene das mãos e evitar contato físico com pessoas que manifestem lesões suspeitas. E o álcool em gel funciona nessa patologia? Sim! As mãos, por estarem sempre se expondo a múltiplas superfícies ao longo do dia, são potentes veículos transmissores. O álcool, dessa forma, elimina o vírus!
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Saúde? Tem no Medplex Sul!
Texto revisado pelo Dr. João Pedro Locatelli Cezar (CREMERS 38.632)
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