O isolamento social trouxe alterações à vida de todos, mesmo que de formas distintas. Transformaram-se as formas de interação social e os hábitos de higiene e de rotina, mudanças que geram grandes impactos na saúde mental das pessoas. Nesse contexto, pesquisas têm apontado que os jovens são o grupo mais afetado pelas medidas de contenção da pandemia, resultando em um aumento nos casos de transtornos mentais, como depressão, síndrome do pânico e ansiedade.
Pensando em compartilhar informações que podem beneficiar a saúde mental dos nossos jovens, o Medplex Sul preparou um conteúdo especial em colaboração com a Dra. Maria Paula Duarte. Confira!
Por que o isolamento social afeta mais os adolescentes?
Durante a juventude, as experiências relacionadas ao coletivo são fundamentais para a construção identitária, além de gerarem um sentimento de pertencimento, que também é essencial para a manutenção da autoestima e da autoconfiança. Ambientes como a escola, as festas e os demais eventos sociais são importantes, pois proporcionam espaços saudáveis de socialização.
A Dra. Maria Paula Duarte, psicóloga especialista no atendimento de jovens e adultos há mais de 30 anos, explica: “sem o apoio de seus pares, professores e familiares, os jovens podem desenvolver transtornos emocionais, como ansiedade excessiva, automutilação, depressão, síndrome do pânico, autoagressão e até suicídio. Esses são alguns dos transtornos que as pesquisas têm mostrado como mais frequentes”.
Com o isolamento social, os jovens ficam mais vulneráveis ao desenvolvimento de problemas emocionais, devido ao impedimento de exercerem a sua liberdade e por conta da diminuição dos vínculos e das interações com o mundo exterior. É fundamental, portanto, cuidado e atenção redobrados com o grupo dessa faixa etária, a fim de evitar o surgimento de problemas mais graves.
Quais problemas emocionais os jovens podem desenvolver?
Sentimentos como tristeza, estresse, medo, insegurança e angústia podem ser disparadores de transtornos como a síndrome do pânico, a depressão e a ansiedade, por exemplo. A psicóloga pontua que “as relações de verdade não são totalmente substituídas pelas conversas via smartphone”, o que pode acarretar, dessa forma, distúrbios psíquicos.
O medo de adoecer ou de perder um ente querido também pode gerar determinadas fobias, como excesso de limpeza e temor de sair de casa, agravando o quadro de vulnerabilidade dos jovens.
Como os pais podem agir com os seus filhos?
É importante que os pais estejam atentos a quaisquer sinais enviados pelos filhos. Desânimo, alterações de apetite ou de hábitos e dificuldade para dormir podem ser indicadores de que algo não vai bem.
O acolhimento e a escuta atenta são medidas de precaução importantes para a manutenção da saúde mental dos adolescentes. Trata-se de um período delicado, sendo importante, sobretudo neste momento, a prática da empatia e da compreensão para que, assim, as dificuldades possam ser superadas.
Como fica a saúde mental dos jovens no pós-isolamento?
“Sintomas como irritabilidade, sentimento de solidão, ansiedade generalizada e ansiedade social estão intimamente relacionados aos efeitos e aos impactos do isolamento social”, explica a Dra. Maria Paula. Por isso, é fundamental o suporte de pais e professores para que a retomada da vida escolar e da rotina dos adolescentes se dê de forma tranquila e segura, visando ao restabelecimento da estabilidade emocional dos jovens.
A saúde emocional é um assunto de extrema importância. Por isso, é fundamental que pais e responsáveis estejam atentos e ofereçam acolhimento aos adolescentes.
A psicóloga ainda ressalta a importância de procurar a ajuda de profissionais adequados, caso note algum comportamento preocupante ou tenha dúvidas de como agir em relação a algum problema emocional apresentado pelo adolescente.
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